Cantinho do Vinho

Conheça um pouco sobre o mundo dos vinhos

Apaixonado pelo mundo dos vinhos resolvi criar esse cantinho na minha página, para compartilhar com vocês sobre este universo tão vasto dos vinhos. Salutare le persone !
Rodrigo  Beltran
Rodrigo Beltran

Um pouco sobre as uvas mais conhecidas:

1. Cabernet Sauvignon

A Cabernet Sauvignon é uma das uvas mais democráticas e populares que existem. Sua origem é francesa, mais especificamente da tradicional região de Bordeaux. Apesar disso, são diversas as áreas ao redor do mundo que conseguem produzir essa uva com sucesso - basta estarem localizadas em regiões temperadas e quentes.

Considerando sua qualidade, é fácil entender por que ela é conhecida como a rainha das uvas tintas, servindo também como um termômetro para avaliar a qualidade das vinícolas - muitos acreditam que se determinado rótulo for bom, vale a pena experimentar o restante dos vinhos locais.

Dica: Tudo o que você precisa saber sobre a uva Cabernet Sauvignon

Trata-se de uma plantação de frutificação média a tardia, e é exatamente essa variação de tempo para que ela se torne madura que traz diferentes aspectos e sabores à bebida. Em locais mais frios, por exemplo, os traços de pimentão costumam ser mais acentuados. Já as regiões quentes tendem a gerar vinhos com resquícios de amoras silvestres e ameixas.

Em geral, a uva Cabernet Sauvignon produz vinhos de mesa, ou seja, aqueles que acompanham bem as refeições. Eles podem ser tintos ou brancos, sendo a maioria de tom escuro. Independentemente da coloração, esses vinhos são secos e com um equilíbrio bastante característico de amargor e aroma.

Seu corpo estruturado e taninos discretos os tornam excelentes bebidas para se harmonizar com pratos de sabor intenso, como a carne bovina, o bacalhau e os queijos fortes.

2. Cabernet Franc

Como você pode perceber pelo nome, o Cabernet Franc é de origem francesa. Sua união à Sauvignon Blanc deu origem ao Cabernet Sauvignon, sendo a grande diferença entre essa casta e a anterior o tempo de amadurecimento da uva e, consequentemente, o corpo da bebida.

Quando exposta às temperaturas e ao regime de chuvas corretos, a Cabernet Francfloresce e amadurece cedo. No entanto, ela é bastante delicada no que se refere às variações climáticas locais. Isso porque, quando há frio em excesso, as bebidas ficam pobres e não fazem jus ao potencial da casta. Por outro lado, muito calor pode fazer com que elas amadureçam ainda mais cedo que o previsto, gerando bebidas com aromas excessivos de vegetais e ervas.

Ao ser cultivada corretamente, seus cachos ficam pequenos e numa cor de violeta profunda. Os bagos são delicados, redondos e bastante suculentos. A consequência dessas características é a produção de bebidas mais suaves, embora não tenham açúcar residual suficiente para serem classificadas dessa forma.

Seus vinhos podem ser formados exclusivamente com essa uva. Como bons varietais, possuem corpo leve ou médio, com uma coloração tinta suave. Os degustadores frequentemente dão ênfase aos aromas de framboesas e groselha, com tons de vegetais ao fundo.

Contudo, em sua maioria, a Cabernet Franc é usada para vinhos de corte, com sabores bastante específicos de frutas com toques de especiarias. Por este motivo, ela entra como parte da composição do sabor e textura da bebida final, que se destaca pelo frescor e maciez.

Essas características o fazem um bom acompanhamento para pratos mais suaves, como carnes grelhadas e vegetais.

3. Tannat

As uvas Tannat são francesas, mas foram adotadas pelas vinícolas uruguaias que, atualmente, apresentam excelentes rótulos dessa casta. No Brasil, são produzidas com excelência nas regiões da Serra Gaúcha e Campanha Gaúcha, que não deixam a desejar em nenhum aspecto.

Apesar de serem da mesma espécie de planta, os vinhos produzidos com a Tannat na França são bastante distintos dos nossos exemplares sul-americanos. Isso se dá por causa das temperaturas das chuvas, mais baixas e mais intensas, respectivamente, no Uruguai e no Brasil. O resultado são vinhos mais frescos e finos vindos das terras latinas.

Seu nome já indica uma de suas características mais marcantes: a presença de taninos intensos. Por esse motivo, no passado, ela foi uma casta bastante desprezada para a produção de vinhos varietais. Foi daí que surgiu a tradição de adicioná-la como um elemento importante das bebidas de corte.

Mas, a verdade é que as Tannat são uvas que envelhecem bem. Quando tratadas com carinho, nas barricas corretas e com o tempo necessário, se tornam vinhos excelentese afloram suas melhores qualidades.

Sua bebida é extremamente saborosa, redonda, volumosa e com um retrogosto bastante agradável. É apresentada em um tom de vermelho escuro, com aromas de morango, ameixa, baunilha e geleia de framboesa.

Todas essas características tornam os vinhos da uva Tannat excelentes acompanhamentos para comidas gordurosas e ideais para serem harmonizados com churrascos, carnes assadas, ovelhas e outros pratos condimentados.

4. Merlot

Os vinhos do tipo Merlot são os preferidos de quem quer trazer elegância à degustação. Suas principais características são a suavidade e a longevidade variada - ou seja, podem ser de igual qualidade tanto jovens, quanto envelhecidos.

As uvas desse tipo são facilmente reconhecidas por uma aparência de veludo azulado e também por bagos grandes. Esse último aspecto é o que faz com que os vinhos tenham taninos médios, muito apreciados pelos enólogos.

Elas são cultivadas em países com características climáticas diferentes, sendo o resultado disso certamente percebido em seus vinhos. Quando produzidas em regiões quentes, eles são bastante frutados e com menos taninos, podendo ter mais estrutura se forem envelhecidos em carvalho.

Dica: A influência dos barris de carvalho no aroma e sabor dos vinhos

Por outro lado, quando produzidas em regiões frias como a França, Chile e Itália, a presença de taninos é maior, mesmo quando mais jovens. Sua estrutura robusta faz com que muitos especialistas prefiram os Merlot originários dessas regiões ao invés dos californianos, australianos ou argentinos.

De maneira geral, são bebidas de textura macia e doçura característica. Seus aromas mais comuns são de frutas vermelhas e mediterrâneas - como a cereja e o figo -, sendo também notadas as presenças de morango, framboesa, ameixa, amora e groselha.

É possível encontrar rótulos com tons florais de rosas e violetas, assim como alguns amadeirados - como carvalho e cedro -, que podem apresentar aromas de cacau, tabaco, baunilha, fumaça, ervas e especiarias.

Como você pode perceber, as variações aromáticas são diversas. Por isso, a Merlot pode originar tanto varietais como vinhos de corte, compondo a complexidade de uma bebida de sensações superiores.

5. Malbec

A história das uvas Malbec é parecida com a das Tannat. Isso porque elas também são francesas, mas produzidas na Argentina com excelência. Na realidade, os portenhos são responsáveis por mais da metade da produção de vinhos desse tipo em todo o mundo.

Graças à união do clima, da geografia e das características singulares do solo argentino, esse se tornou o vinho assinatura dos nossos vizinhos. A variação brusca de temperatura ao longo de um único dia - muito quente durante a manhã e bastante frio durante a noite - é ideal para que as uvas cresçam e amadureçam no tempo correto.

O resultado dessa combinação são bebidas com taninos maduros e bastante arredondados. Sua textura aveludada também é um ponto que merece destaque, assim como o sabor intenso e os aromas que trazem tons de ameixas, figos e cerejas. Também é possível notar traços de baunilha, café, tabaco e cacau em alguns exemplares.

Se envelhecido em barris de carvalho, sua estrutura agrega ainda mais força e prazer ao paladar. Nesses casos, podem surgir também aromas de couro e notas torradas adicionais à bebida.

Sua coloração é tinta e intensa, com tons entre o vermelho e o violeta escuro - embora existam exemplares de rosés e até de espumantes feitos a partir das uvas Malbec. Por esse motivo, a harmonização é bastante ampla, indo desde carnes vermelhas com temperos marcantes até receitas leves e refrescantes, com vegetais e ervas.

6. Pinot Noir

No que se refere ao cultivo, a uva Pinot Noir é o extremo oposto das Cabernet Sauvignon. Isso porque elas necessitam das condições perfeitas para que a colheita gere bons vinhos. Quando plantadas em regiões que não apresentam equilíbrio de clima e temperatura, eles se tornam vinhos muito adocicados e considerados sem graça.

Por isso, não se trata de uma casta presente em abundância ao redor do mundo: apenas a França, Bulgária, Califórnia, Chile e Argentina possuem plantações satisfatórias. Nessas regiões, as produções são desenvolvidas com perfeição, gerando bebidas extremamente elegantes, complexas e de grande personalidade.

Seus vinhos são conhecidos por serem misteriosos, com taninos firmes e pouco acentuados. Os aromas também são bastante característicos, o que torna a Pinot Noir bastante indicada para varietais. Quando em corte, elas costumam prejudicar as outras castas e desequilibrar a combinação em geral.

Apesar de sua coloração mais famosa ser a tinta, é possível encontrar vinhos brancos, rosés e espumantes feitos a partir dessa uva. Em todas as formas, são rótulos extremamente valorizados e celebrados pelos apreciadores.

7. Riesling Itálico

A Riesling Itálico é uma uva muito importante para a produção brasileira, cultivada com excelência na Serra Gaúcha e responsável pela maioria dos vinhos brancos eespumantes nacionais. Apesar de carregar um nome que faz referência à Itália, não é possível precisar a origem dessa casta, que também é produzida em abundância na Croácia.

O motivo por trás do sucesso dessa uva em território nacional é a sua boa acidez, o que faz com que seus vinhos fiquem perfeitos quando resfriados. Essa é uma combinação ideal para regiões com temperaturas majoritariamente altas, como acontece no Brasil.

O frescor e o corpo leve da bebida são bastante característicos, e seu aroma varia entre tons frutados e cítricos. Essas são as razões pelas quais ela é bastante usada em cortes de espumantes.

Outra boa forma de aproveitar o potencial da Riesling Itálico é usá-la na produção de vinhos de sobremesa: o equilíbrio entre a acidez e a doçura da bebida a torna um acompanhamento ideal para doces - sobretudo aqueles feitos com frutas cítricas, como laranjas e limões.

8. Chardonnay

Inúmeras foram as vezes em que os vinhos Chardonnay foram mencionados na literatura e no cinema. Trata-se de uma das uvas que produzem vinhos brancos mais conhecidas no mundo - muitas vezes até confundidas com o nome da bebida em si.

Elas têm origem na França, sendo também cultivadas nos Estados Unidos, na Austrália, na Nova Zelândia, no Chile, na África do Sul, na Argentina e, claro, no Brasil.

Checar a procedência dessas uvas é um ponto importante para quem deseja experimentar vários rótulos diferentes, uma vez que a casta é extremamente maleável, ou seja, sofre de maneira mais acentuada as consequências das variações de temperatura, regime de chuvas e qualidade do solo.

Isso significa que os vinhos terão características diferentes ligadas ao seu país de origem e também ao perfil de cada vinícola. No geral, quando cultivadas em regiões quentes, as bebidas são encorpadas e com baixa acidez. Se a temperatura local for ainda mais alta, é possível notar aspectos de frutas mais adocicadas, como melão e pêssego.

Em regiões de clima ameno, os vinhos Chardonnay tendem a possuir sabores mais cítricos. Por fim, quando produzidos em regiões frias, possuem corpo médio, acidez alta e são mais duros ao paladar, carregando também notas de ameixa e até de maçã verde.

Todas essas características naturais sofrem mudanças se a bebida passar por uma barrica de madeira. Geralmente, elas adquirem um teor alcoólico maior - o que aumenta a sensação de açúcar na bebida e, consequentemente, as faz não parecerem vinhos secos, embora permaneçam dentro dessa categoria.

Por isso, é seguro dizer que essa é uma uva extremamente versátil e que produz bebidas de perfis variados. Umas dessas formas são os espumantes, nos quais as Chardonnay são usadas também como uvas de corte, para compor uma bebida mais complexa e equilibrada.

9. Gewurztraminer

O nome pode até parecer complicado de pronunciar: fala-se "gaverztramener", o que, em alemão, quer dizer "uva de tempero". No entanto, essa é uma uva que produz vinhos fáceis de amar, sendo possível identificar rapidamente no paladar suas características mais marcantes.

O tempo de maturação das Gewurztraminer é relativamente rápido. Sendo assim, o clima ideal para seu cultivo é o das regiões mais amenas. Isso porque, quando expostas ao calor excessivo, elas tendem a amadurecer muito rapidamente. Quando isso acontece, todas as nuances florais e de especiarias são perdidas e o vinho é considerado sem graça.

Os vinhos dessa uva são brancos e rosés, que geralmente carregam um sabor bastante peculiar. A diferença para os outros que já estamos acostumados está nos aromas muito associados à lichia e às pétalas de rosas, sendo também possível notar toques de canela, gengibre, damasco e abacaxi.

Essas bebidas estão entre as mais aromáticas de todas as classificações existentes. Apesar de extremamente frutadas, elas podem ser doces ou secas, mas sempre com uma doçura especial, independentemente da quantidade de açúcar residual. No geral, possuem também bastante corpo e densidade.

Como todo branco ou rosé, esses vinhos são melhores degustados quando em temperaturas baixas, por volta dos 9°C. Por serem bastante aromáticos, são melhores harmonizados com pratos que têm sabores marcantes de condimentos. Uma boa dica é escolher os Gewurztraminer para acompanharem a gastronomia indiana.

10. Semillón

Apesar de não compartilharem a fama das Chardonnay ou das Sauvignon Blanc, as Semillón estão entre as uvas brancas mais cultivadas na região de Bordeaux, na França.

Seu cultivo é relativamente simples, com brotamento demorada e maturação rápida. O momento certo para a colheita é quando os tons rosados e acobreados começam a aparecer na pele da uva. Nesses casos, os vinhos de Semillón serão frutados com aromas de pêra, maçã, nectarina, uva, melão, limão e figo.

Em algumas vinícolas, elas são deixadas para sofrerem os estágios iniciais de uma podridão nobre, causada por um fungo bastante específico: o Botrytis cinerea provoca a desidratação das uvas, fazendo com que os açúcares fiquem ainda mais concentrados.

O resultado disso são vinhos de sobremesa extremamente celebrados por especialistas de todo o mundo e que trazem aromas bastante distintos de pêssego, mel, damasco, marmelo, caramelo e abacaxi.

De maneira geral, se comparadas com outros vinhos brancos famosos, essas bebidas são bem menos complexas. Por esse motivo, a uva Semillón é muito usada para corte, principalmente para compor sabores mais complexos com junto à Sauvignon Blanc. Sua textura macia é o contraponto ideal para a próxima uva da nossa lista.

11. Sauvignon Blanc

A Sauvignon Blanc é uma das uvas brancas mais famosas do mundo. Junto com a Cabernet Franc, originou a Cabernet Sauvignon, o que a confere o posto de rainha-mãe das uvas. Suas origens também são nobres: trata-se de uma das mais antigas uvas bordalesas que se tem notícia.

Além de serem cultivadas em sua terra natal, a França, elas também possuem bastante destaque na Nova Zelândia. Entretanto, apresentam características distintas e muito ligadas às culturas aplicadas em cada região.

Em solos franceses, as uvas plantadas em Bordeaux são, em sua maioria, utilizadas para corte. São essas as bebidas que formam os blends perfeitos com as Semillón. Geralmente, elas também passam pelo processo de podridão nobre para aumentar a concentração de açúcar nos bagos.

Já na região de Loire, nos alpes franceses, a Sauvignon Blanc é celebrada como varietal. Seus vinhos são bastante ricos e com fama reconhecida em todo o mundo. Secos e refrescantes, carregam traços frutados e aromas vegetais e minerais.

Do outro lado do mundo, os vinhos neozelandeses têm um sabor frutado mais pronunciado que os franceses, deixando os minerais como coadjuvantes. O segredo está no cultivo, com colheitas em diferentes estágios de maturação.

O resultado pode ser sentido durante a degustação de uma bebida mais encorpada que o restante dos rótulos, além de mais complexa e com aromas de ervas, lima, aspargo e maçã verde. De maneira geral, trata-se de vinhos bastante aromáticos, frescos e com excelente acidez.

A harmonização das Sauvignon Blanc é um show à parte. Isso porque eles vão muito bem com um dos ingredientes mais difíceis de serem combinados com os vinhos: os aspargos. Além disso, também casam perfeitamente com queijos de cabra.

12. Barbera

A Barbera é uma uva de origem italiana. Por esse motivo, é também muito popular no Brasil, já que foi trazida pelos colonos que migraram para o nosso país.

Outro motivo por trás de sua fama é a capacidade de se transformar em bebidas bastante diferentes: desde vinhos leves até os mais complexos e com grande potencial de envelhecimento sadio.

Até os anos 80, essa uva era usada para produzir vinhos grosseiros. Entretanto, com uma série de melhorias aplicadas ao seu cultivo, ela se mostrou capaz de gerar rótulos extremamente nobres e reconhecidos.

O segredo para aumentar ainda mais a qualidade da bebida é fazer o plantio em regiões quentes e com solo pobre. Destacam-se nessas características a própria Itália e a Califórnia, nos Estados Unidos.

Seus tintos são de coloração escura, entre o vermelho e o vinho forte, e têm acidezelevada, o que os tornam excelentes candidatos ao envelhecimento. Com o passar dos anos, ficam ainda mais redondos, macios e mantêm seus aromas originais de frutas vermelhas.

Esse é um dos poucos vinhos tintos que harmonizam perfeitamente com o salmão defumado, formando também um par ideal com as carnes de cordeiro e molhos à base de brócolis e anchovas

13. Moscato

As uvas do tipo Moscato podem ser verdes ou escuras, estando entre as mais antigas cultivadas em todo o mundo. Além disso, elas são conhecidas por produzirem vinhos brancos, rosés e tintos de alta qualidade.

De maneira geral, têm potencial para originar vinhos adocicados e com baixo teor alcoólico. Essas bebidas trazem aromas frutados de pêssego, tangerina e flor de laranja, acompanhadas de um perfil bastante refrescante. Por esse motivo, a Moscato gera também ótimos espumantes moscatéis.

Seu aroma é tão peculiar, que os entendidos do assunto conseguem reconhecê-la com muita facilidade. Essa característica é bastante aproveitada para produzir vinhos tintos de sobremesa, devido aos açúcares residuais pronunciados - sobretudo quando cultivada em regiões quentes.

Por fim, os vinhos Moscato podem ser harmonizados com uma variedade grande de doces: desde uma simples salada de frutas ou um creme de papaia, até bolos de baunilha, mousses de chocolate ou um petit gateau.

Agora que você já conhece a fundo os diferentes tipos de uvas - que produzem vinho branco, vinho tinto, rosés e espumantes - certamente já está preparado para degustar novos rótulos, compreendendo suas classificações e mantendo um registro pessoal das percepções que cada um provoca ao paladar.

Espumante, quais as diferenças?

A diferença entre champanhe, espumante e frisante:

Antes de adentrarmos nos tipos e classificações dos vinhos espumantes, lembrando que espumantes também são vinhos, é interessante diferenciarmos champanhes, espumantes e frisantes, uma vez que muitos consumidores, sobretudo os recém iniciados, os confundem. Logo de cara, podemos afirmar que todo champanhe é um espumante, mas nem todo espumante é um champanhe.

Isso porque, para que um vinho seja considerado espumante, é necessário que ele apresente carbonatação (ou seja, presença de gás carbônico, gerando as borbulhas conhecidas pelo famoso nome de perlage), proveniente da refermentação da bebida, da qual trataremos mais adiante. Por outro lado, chamamos de champanhe apenas o vinho espumante produzido na região de Champagne, localizada na região nordeste da França. Desta forma, no Brasil elaboram-se espumantes e não champanhes, salientando que os espumantes aqui elaborados já ganharam o coração de muitos consumidores.

A grande diferença dos espumantes para os frisantes é a quantidade de gás carbônico presente no líquido, no máximo a metade de pressão encontrada em um espumante, por isso basta observar que as borbulhas são mais sutis visualmente e as garrafas dos frisantes não precisam de rolhas tão resistentes quanto a dos espumantes.

A França e o champanhe:

Como percebemos, apenas os espumantes produzidos na região francesa de Champagne podem ser denominados champanhes. Essa pequena região - que ocupa apenas 32 mil hectares - foi palco de algumas das principais inovações na produção de espumantes.

Foi lá que, nas últimas décadas do século XVII, que o monge beneditino Dom Pérignonrevolucionou a indústria vinícola para sempre ao aperfeiçoar os processos de elaboração, fazendo com que as borbulhas originadas durante a fermentação se mantivessem no líquido, originando uma bebida alegre e delicada.

​Porém, durante o longo trabalho de Dom Pérignon, alguns empecilhos foram encontrados. As garrafas de vidro da época não suportavam tamanha pressão interna, ocasionando em explosões frequentes, observando este fato ele começou a utilizar as garrafas de champanhe como as que conhecemos hoje, com vidro mais espesso, de fundo côncavo e selada com um lacre e rolha de cortiça.

Foi também na região de Champagne que a viúva de François Clicquot, Nicole Ponsardin desenvolveu um método para a retirada do fermento de dentro da garrafa (remuage), deixando-a límpida como a que bebemos hoje. Antes dela, os espumantestinham uma coloração turva e opaca, além de um sabor acentuado de leveduras.

Por estes desafios históricos na elaboração de champanhes e pela qualidade singular das bebidas ali produzidas é que a região francesa ganhou seu posto de destaque no setor vitivinícola, chegando (em 1927) a ser a única autorizada a chamar os rótulos ali produzidos de champanhes.

Vinhos rosé

Saiba tudo sobre o vinho rosé, o queridinho do momento:

O universo dos vinhos é bastante vasto, e as pessoas que permitem aventurar-se por ele descobrem uma gama imensa de sensações. São texturas, aromas, sabores, cores e combinações inusitadas, que não cansam de surpreender nossos sentidos.

Engana-se quem pensa que os vinhos são apenas tintos ou brancos. De delicados espumantes a saborosos vinhos licorosos, ao longo dos séculos os produtores foram criando e aperfeiçoando novos estilos de fermentados, aumentando os horizontes da enologia e encontrando novas e criativas formas de agradar a diferentes paladares.

Uma dessas variações é o vinho rosé. Famoso por sua capacidade de encantar e atrair olhares, o vinho rosé conquista fãs ao redor do mundo, sobretudo em países de clima quente como o nosso. Esse tipo de vinho é caracterizado pela leveza, pelo frescor e, é claro, pela sua coloração única.

Se você ainda não teve a oportunidade de experimentar um rosé que encantasse seu paladar ou mesmo se já aprecia, mas deseja aprimorar seu conhecimento, continue a leitura deste artigo. Aqui vamos nos aprofundar e explorar as técnicas de elaboração, suas características mais marcantes no momento do consumo e a melhor forma de degustá-los. Acompanhe!

Saiba o que é o vinho rosé e como ele é elaborado

Durante muitos anos, o vinho rosé não gozou de muita popularidade ao redor do mundo. Em parte, acredita-se que isso tenha acontecido pela ideia de que ele era produzido pela simples mistura entre um vinho tinto e um branco, como em uma espécie de diluição.

Assim, a partir de uma percepção equivocada de que vinhos tintos seriam sempre e necessariamente superiores aos brancos, criou-se uma percepção de que o rosé seria uma bebida mista e sem qualidade.

Embora o vinho rosé se coloque sensorialmente entre o tinto e o branco, apresentando alguns traços de cada, reduzi-lo a uma simples diluição de tintos é injusto com um fermentado tão excepcional.

Para muitos consumidores são frequentes as dúvidas inerentes a elaboração dos vinhos rosés. Existem basicamente três técnicas para elaborar um rosé: a maceração curta, o corte ou a sangria. Todas são válidas, porém fica ao critério do enólogo determinar qual será mais proveitosa.

Maceração curta

No início do processo de elaboração de qualquer vinho, as uvas são delicadamente esmagadas para que o mosto (suco) seja extraído. O tempo em que o mosto permanece em contato com as partes sólidas da uva, como cascas e sementes, é chamado de maceração, e determina, entre outras coisas, a coloração do vinho, observando que os compostos corantes estão na casca da fruta.

Dessa forma, na elaboração do vinho branco os sólidos são retirados imediatamente, e nos vinhos tintos eles ficam em contato com o mosto por dias ou semanas. Para originar o vinho rosé, o período de maceração é reduzido, não ultrapassando muitas horas, ficando somente o suficiente para garantir a coloração rosada. Essa técnica também pode ser chamada de maceração pré-fermentativa e atualmente é a mais utilizada o mundo enológico.

Corte

Também chamado de blend ou assemblage, esse método consiste em misturar vinhos tintos e brancos. Pode parecer simples, mas a harmonia perfeita entre as duas partes (ou mais) necessita de cautela, para que o produto torne-se agradável e suporte o passar do tempo.

Curiosamente essa técnica é utilizada para produzir apenas extremos: vinhos rosé de qualidade duvidosa ou excepcionais espumantes rosados, como os exemplares oriundos da região de Champagne.

Sangria

Logo no início do processo de fermentação, para elaboração do clássico vinho tinto, cerca de 10% do líquido (já apresentando coloração rosada) é retirado ou "sangrado" do tanque original para outro recipiente. Sendo assim, as fermentações são finalizadas em separado, onde o fragmento de 10% mantem-se como vinho rosé e o restante resulta em um concentrado vinho tinto.

Também conhecida como saignée, essa técnica é a mais rara das três, mas também a que produz fermentados de alto padrão. Geralmente, são rosés mais concentrados em cor e estrutura.

Entenda mais sobre a acidez do vinho rosé

A acidez do vinho rosé se destaca como um de seus traços mais emblemáticos e, para entendê-la melhor, precisamos conhecer as características fundamentais que constituem o sabor de um vinho.

Existem basicamente cinco sabores perceptíveis pelo nosso paladar, o doce, o salgado, o amargo, o umami e o ácido, e no caso dos vinhos rosé a acidez sempre será a estrela da degustação. .

Para que possamos identificar o sabor ácido com mais facilidade, pense na sensação que o limão, ou mesmo a maçã verde proporcionam no momento do consumo. A salivação provocada é o principal indicativo do quão ácido é um alimento ou bebida, quanto mais "água na boca", maior será a acidez e frescor do vinho. Para que o vinho alcance o equilíbrio perfeito, a acidez deve estar harmoniosa com os outros sabores, principalmente quando nos referimos à presença do açúcar.

A acidez do produto final é influenciada por diversos fatores, como o solo, o clima, o tipo de uva, o ponto de maturação da fruta, o processamento, o método de vinificação e também, pelo tempo, pois como o vinho é uma "bebida viva", sempre está em constante modificação.

De maneira geral, os vinhos brancos e rosés sempre serão mais ácidos que os tintos, pois as uvas são colhidas mais cedo propositalmente. Já os vinhos tintos a acidez é mais comedida, sendo as uvas colhidas mais maduras, pois o tempo em que a fruta permanece nos vinhedos aumenta a concentração de cor e açúcar na matéria-prima, consequentemente diminuindo a acidez do fruto.

A acidez também é um bom indicador da durabilidade e do potencial de guarda de uma garrafa. Como os vinhos brancos ou rosés possuem poucos polifenóis, os famosos antioxidantes, a acidez torna-se o principal conservante do produto. Sem ela, o vinho dura pouco e podemos chamar o produto de "chato", não se impressione, pois este é um termo usual no mundo enológico. 


Participação na Assembleia Legislativa, referente a frente parlamentar da vinticultura do Estado de São Paulo.

Eu e o Didu Russo o mestre dos vinhos.
Eu e o Didu Russo o mestre dos vinhos.

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